domingo, 6 de janeiro de 2013

LUGAR DE PEDESTRE É NA CALÇADA

Quando o assunto é trânsito, imediatamente vem à nossa cabeça a imagem de carros, motos, caminhões e ônibus se deslocando pelas ruas e estradas. E com essa imagem, a ideia de que apenas motoristas e motociclistas são responsáveis por manter a ordem e a gentileza nas vias públicas.

Acontece que há muito mais pessoas envolvidas no trânsito do que supõe a nossa vã imaginação. E cada uma dessas pessoas têm seus direitos e deveres estabelecidos no Código Nacional de Trânsito, inclusive pedestres.

Isso mesmo - pedestres, pois como trânsito entende-se o deslocamento de pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, tanto nas vias terrestres quanto nas calçadas.

E quando falamos em calçadas, aí é que entra o pedestre - ou, pelo menos, deveria entrar.

Lugar de pedestre é na calçada, mas tem muito pedestre que insiste em caminhar na rua, mesmo quando há espaço disponível e seguro nas áreas de passeio.

Várias vezes, ao dobrar uma esquina, me deparei com pedestres caminhando vagarosamente pela rua, desatentos e parecendo não se preocupar em caminhar ao lado dos veículos motorizados.

Também é comum ver grupos de pessoas paradas na rua, em frente a colégios ou bares da moda, atrapalhando o trânsito de veículos e, o que é pior, correndo risco de atropelamento.

Eu já senti esse risco na pele, ou melhor, no pé. Na época da faculdade, eu estava parada na rua em frente a um barzinho que os estudantes costumavam frequentar após a aula, quando um carro virou a esquina e passou em cima do meu pé. Por sorte, ele estava devagar e nada de grave aconteceu.

Quem estava errado? O motorista, que estava conduzindo seu veículo no local apropriado para ele ou eu, uma pedestre que não cumpria seus deveres no trânsito? A resposta é óbvia.

Muito pedestre acha que, quando está na rua, tem prioridade em relação aos motoristas com quem divide espaço no trânsito. Alguns não alteram a sua rota para se desviar de carros, motos muito menos de bicicletas. Talvez isso seja fruto de uma interpretação equivocada do parágrafo segundo do Código Nacional de Trânsito, que trata da prioridade da circulação do pedestre sobre os veículos na pista de rolamento quando não houver passeios ou quando não for possível utilizá-los. Pelo jeito, essa última parte passa em branco na leitura de alguns pedestres.

É claro que a segurança no trânsito, na maior parte do tempo, é garantida pela condução responsável dos veículos motorizados e pela Prefeitura, que deve providenciar sinalização adequada e calçadas apropriadas para o trânsito de pedestres. As Prefeituras, no entanto, pisam feio na bola.

É importante lembrar que a maioria de nós é, em um momento, pedestre, em outro, motorista, motociclista e, até mesmo, ciclista.

Um pedestre desatento e irresponsável hoje será, com certeza, o motorista ou motociclista que cometerá infrações no trânsito amanhã, desrespeitando outros pedestres.

Seja qual for nosso papel no trânsito, todos temos nossos direitos e deveres e devemos começar a colocá-los em prática.

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